Evolução histórica do uso da Informática na Educação no Brasil
O computador
tem provocado uma revolução na educação por causa de sua capacidade de
"ensinar". Diante disso, o principal objetivo em utilizar
recursos tecnológicos na educação é auxiliar o professor na tarefa de melhorar
o seu desempenho profissional e contribuir para o processo de
ensino‐aprendizagem.
No Brasil, a introdução de computadores na educação foi no início dos
anos 70 a
partir de algumas experiências na UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se
estabeleceu através de diversas atividades que permitiram que essa área hoje
tivesse uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade. (VALENTE,
1999)
Segundo Carneiro (2002, p. 50), nessa época, foram
investidos “aproximadamente R$ 480 milhões entre equipamentos, softwares e
formação, sendo que 54% foram investidos em hardware e software e 46% em
capacitações para os professores”. Inicialmente eram formados grupos de
tutores, os quais eram responsáveis em disseminar o conhecimento entre os
demais professores sobre como utilizar e manusear um computador, envolvendo
informática básica. Num segundo momento, sobre como utilizar o computador na
educação. Entre 1993 e 2005, houve inúmeras iniciativas de informatização nas
escolas de todo Brasil. Como exemplo, a prefeitura municipal de Curitiba, a qual
iniciou a inserção de computadores nas escolas municipais em 1993, com O
Projeto Digitando o Futuro. Mas foi a partir de 1998, que ocorreu um processo
de descentralização, no qual as próprias escolas da rede avaliavam e escolhiam
as empresas, as quais iriam vender e instalar todos os computadores e ainda
fornecer os softwares educativos e as capacitações, oferecendo desde
conhecimentos sobre informática básica até como utilizar um software educativo
e a Internet no meio educacional. A maioria dos computadores instalados nas
escolas municipais de Curitiba operava com o Sistema Operacional Windows. Esses
utilitários permitem o desenvolvimento de atividades para o conhecimento das
funções do teclado, bem como adquirir a coordenação motora do mouse, digitar
textos, realizar cálculos em calculadora digital, aprender a verificar as horas
e até conhecer e compreender um calendário.
A Informática na Educação no Brasil teve início em 1980 com a criação pela Secretaria
Especial de Informática (SEI) da Comissão Especial n.º 01: Informática na
Educação com a finalidade de ser um segmento de apoio ao Ministério da Educação
e Cultura (MEC) e à SEI, assim poderiam colher subsídios e gerar normas e
diretrizes para o novo campo que se abria na Educação.
Em 1981 e 1982 foram realizados os primeiros Seminários de Informática na
Educação que deram origem ao Projeto EDUCOM em 1983. Os principais temas abordados nos seminários foram as implicações
sociais, econômicas e políticas da utilização do computador no processo
educacional em países em desenvolvimento; a integração do computador no
processo ensino-aprendizagem; as vantagens, limitações e viabilidade do uso do
computador no processo ensino-aprendizagem dentro do contexto da educação
brasileira, assim como o Impacto do Computador no Processo Educacional
Brasileiro à Nível de 2º grau. O MEC é, desde então encarregado de dar
continuidade nos projetos relacionados à Informática na Educação.
A princípio, a
Informática na Educação seria pautada pelos valores culturais e pedagógicos da
realidade brasileira. O que mostra que se apostava na potencialidade do mercado
de informática no País, o que implicava na formação e capacitação de mão de
obra para atender essa potencialidade. Foram assim criados cursos de curta
duração, de graduação e pós-graduação na área de Informática, permitindo
independência da mão de obra estrangeira, preparando o País para a nova
tecnologia.
Em 1983 a Secretaria Geral do MEC
apresenta as Diretrizes e Bases para o Estabelecimento da Política de
Informática no setor Educação, Cultura e Desporto. Apresenta a referência para
a Política de Informática, visando capacitação tecnológica para o
desenvolvimento econômico e social, uma evolução no tratamento da Informática
no Brasil, que passou a ser vista não somente como parte de experimentos
acadêmicos, mas sim como parte de uma evolução econômica e cultural.
Em 1985 o MEC
elaborou o Plano Setorial de Educação e Informática, que visava investir
recursos em cursos de reciclagem de profissionais tanto de nível médio quanto superior,
objetiva também reequipar os laboratórios das escolas e universidades e
informatizar as bibliotecas.
Em 1986 o MEC criou o Programa de Ação
Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º graus propondo o desenvolvimento
de pesquisas, treinamentos, visando a produção, aplicação e disseminação da
tecnologia de Informática no País.
Em 1987 foram
realizados o Primeiro Concurso Nacional de Software Educacional e o primeiro
Projeto Formação de Recursos Humanos em Informática na Educação (FORMAR).
Em 1991, o
presidente Fernando Collor, promoveu o desmonte da política de informática.
Durante os anos noventa vários problemas ocorreram no desenvolvimento da
Informática na Educação, principalmente devido à precariedade do ensino na rede
pública e ao descaso dos governantes quanto à qualidade na educação.
Os educadores envolvidos no Projeto EDUCOM apostaram numa
nova proposta pedagógica com o uso da Informática na Educação, onde
compartilhar, construir e aprender com a tentativa e o erro fossem os
princípios de uma nova metodologia de ensino. Foi introduzida a Linguagem de
Programação LOGO, que abriu um leque de possibilidades diante da educação
tradicional, permitindo ao aluno usar a criatividade. Com os avanços
tecnológicos, novas possibilidades somaram-se na educação, como é o caso da
Educação a Distância. Esta iniciativa começou na década de setenta com a
Universidade de Brasília (UNB), mas apesar disso, só nos anos oitenta, em 1989
que o Ensino a Distância (EaD) se firmou com a criação do Centro de Educação
Aberta, Continuada e a Distância (CEAD), incluindo professores da área
tecnológica. A partir daí, com o crescimento da Internet, as distâncias foram
cada vez mais reduzidas permitindo que grandes projetos educacionais se
concretizassem, bem como as outras ferramentas adjuntas dessa tecnologia como
os fóruns de discussão, as salas de bate-papo.
Em 1997 foi
criado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) o Programa Nacional de
Informática na Educação (PROINFO) para promover a introdução da Informática no
ambiente educacional. Esse programa é desenvolvido pela Secretária de Educação
a Distância (SEED) em parceria com as secretarias Estaduais e Municipais de
educação. O PROINFO foi responsável pela criação do Núcleo de Tecnologia
Educacional (NTE) que é responsável pela capacitação dos educadores para a
utilização dos computadores como ferramenta didática. Possuem infra-estrutura
de hardware e software necessária para promover a inclusão digital.
No ano 2000 foi
criada a Universidade Virtual Pública do Brasil (UNIREDE), que nasceu
objetivando implantar um conjunto de aplicações estratégicas voltadas para a
recuperação do ensino superior público, disseminando a educação assistida por
meios interativos através da Internet.
Nos últimos anos, com a criação e a implantação dos NTEs nos
municípios, a Informática na Educação tomou um caráter mais sério, as escolas
públicas contam com laboratórios de informática, quase sempre com acesso a
Internet, os professores tem recebido treinamentos para se adequarem a essa
nova realidade, onde é possível aliar o uso dos computadores às disciplinas,
tornando o aprendizado adequado ao novo contexto, recuperando nas crianças e
adolescentes o interesse pelas disciplinas. Faltam ainda algumas
características que permitam que os alunos tenham acesso a conhecimentos
específicos no manuseio do computador. É claro que os investimentos no setor
devem permitir a manutenção do parque de informática das escolas, a aquisição
de novos computadores, de uma quantidade maior de máquinas e que cada vez mais
os educadores tenham conhecimentos de informática, pois a falta de conhecimento
por parte do professor limita o aprendizado do aluno. Estamos vivendo um
momento em que o conhecimento do professor deve ir além da disciplina que ele
leciona, ele precisa saber lidar com essa nova ferramenta educacional.
A inserção do computador na educação gerou e ainda tem
gerado uma espécie de revolução nas teorias sobre a relação ensino-aprendizagem
existentes anteriormente, sobretudo porque os computadores podem ser utilizados
para ensinar, funcionando como tutores eletrônicos. A diversidade de softwares
educacionais produzidos e as várias modalidades de utilização do computador
levam a concluir que trata-se de uma tecnologia extremamente útil no processo
de ensino-aprendizagem. Além do mais, a análise de softwares educacionais
demonstra que eles podem ser utilizados como versões computadorizadas das
metodologias de ensino presencial.
Referências Bibliográficas
·
Francisca Nilde G. da Silva - Informática na educação: a utilização da
informática como recurso pedagógico nas séries iniciais
·
https://pt.slideshare.net/richardreinaldo/informtica-na-educao-evoluo-e-tendncias
·
http://www.infoescola.com/educacao/historico-da-informatica-na-educacao/
·
http://deinfo.uepg.br/~proengem/conaitec/Anais/Trabalhos/11.pdf
·
http://www.anapolis.go.gov.br/revistaanapolisdigital/wp-content/uploads/2011/04/informatica-na-educacao-ferramenta-de-apoio-ao-ensino-e-de-estruturacao-do-profissional-do-futuro.pdf
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